Algumas obras de finais dos anos 1950 e início dos anos 1960 realizadas por Saraiva & Schneider tiveram um importante papel como exemplo magistral de grande força transformadora, seno assim recordadas por vários de seus colegas contemporâneos, seja pelas suas características construtivas e estruturais seja pela inteligência da sua distribuição de planta. Nesse caso incluem-se exemplos como o Edifício em Santos (Acrópole n.310 p.37,set.1964), o edifício de escritórios 5ª Avenida, na Avenida Paulista (Acrópole n.255, p.88, jan.1960), em ambos casos empregando estrutura extremamente delgada que anuncia o desejo de ousadia e simplificação estrutural recorrente no brutalismo paulista.

No edifício da Rua Piauí, realizado em lote reduzido típico (14,5 x 40 m), a solução construtiva se altera no sentido de uma maior exteriorização e destaque: os pilares passam a estar posicionados externamente, semi-embebidos nas lajes, acentuando o caráter porticado da estrutura; enquanto a planta vai explorar a idéia de corredor-galeria, matriz que irá se desdobrar em inúmeras variações dali em diante. As fachadas não empregam concreto aparente, mas distintos acabamentos convencionais e certa variação nos tipos de caixilho conforme o ambiente que vazam, solução que será a seguir abandonada por Melo Saraiva em prol de um tipo único de caixilho indiferente ao uso interno a que corresponde, atitude que confirmada pela maioria dos demais arquitetos nas obras brutalistas.